Se ao menos a lua estivesse cheia, ou viesse o siroco, encontraria um pretexto decente para vaguear de noite pela praia, desgrenhada e descalça, na minha camisa de dormir, branca e comprida, de louca.
Como nada disso acontece, tenho de ficar dentro de casa, rasgando as unhas nas paredes de mate casca de ovo, sentada no cimo da estante de livros autorizados, vestindo a loucura com o meu mais sério twin set.
O cão, que apreende todas as declinações da minha alma, traz-me a trela e pergunta-me se quero que me leve à rua.
Explico-lho que me sinto aprisionada nesta estação. É como se o verão tivesse apodrecido e o outono se recusasse a aparecer para o arrastar até ao ecoponto.
E a chuva a fazer-se cara...
ResponderEliminarAo preço da chuva, Luísa...
EliminarE hoje, por aqui, pela tarde, ei-lo finalmente em toda a sua glória...
ResponderEliminarO pavimento das ruas com tapeçaria de folhagem dourada, fica para daqui a pouco...
Já era tempo.
EliminarÉ um orçamento participativo ou é para sorver a humidade em silêncio?
ResponderEliminarOra Mak, vem nos livros que os orçamentos emocionais têm uma natureza dada à participação...
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