terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O amor tem as unhas dos pés sujas



Eurídice, a quem não salvou a incompetência de Orfeu; Orfeu, que não se salvou nem com a clemência de Hades; Inês, morta pelo amor de Pedro; Layla, assassinada de desgosto às mãos do louco Majnun; Sherazade, vítima de violência doméstica de Shariar; Ofélia, afogada pelo desprezo de Hamlet; Teresa e Mariana, que se perderam por Simão; Romeu, tombado por Julieta e Julieta, vítima do equívoco de Romeu; Anna Karenine, que por Vronsky ofereceu o pescoço ao peso do comboio; Medeia, a quem o abandono de Jasão transformou em assassina; Madame Butterfly, forçada ao haraquiri depois de ter sido atraiçoada por um americano da marinha cuja indignidade é condenada com o constante olvido do seu nome; Páris, duas gerações de guerreiros destruídos por uma rameira chamada Helena.
Em cima: Eros, de Caravaggio, onde se comprova, como se a literatura não nos ensinasse quanto baste, que são sujas as unhas do pés do amor.

10 comentários:

  1. Atão?, mas isso é tudo primalhada do mestre-de-obras, caraças!

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  2. Minha querida Cuca, a Pirata,
    Permita-me: o amor não tem chulé.
    Espero que goste.
    Um beijo,
    Outro Ente.

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  3. Credo Cuca! Beba um cognac que isso passa, entre as unhas dos pés sujas (blerrccc) e as músicas da Mi e da Nê tenho para mim que o S Valentim faz mal à bloga.
    Até amanhã, vou fugir antes que o mal me ataque, deve ser uma virose ou isso.

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    1. O bicho tem mesmo as unhas dos pés sujas. Fui lá ver in loco em Berlim!

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  4. Isso é o que já se sabia. O amor não é uma coisa limpa... ;)

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