Nós, os que temos sempre a palavra pronta; os que não acreditamos na dúvida; os que desconhecemos as cambiantes da indecisão; nós, os que não sabemos o que é a indiferença; os que aprendemos a dividir o mundo entre fortes e fracos; os que não suportamos a nossa autolamúria; os que vetamos à mofa as nossas angústias; os que descremos das dores que não se resolvam com analgésicos, podemos, um dia, distraídos com o processo de sobrevivência, sofrer os terrores noturnos de uma escolha e acordar num pântano de indecisão. Nós, os que não contávamos com o golpe de estado das nossas emoções, só daremos por ele diante da falência orgânica do corpo.
Então, seguiremos as migalhas de angústia deixadas ao longo de um corredor estreito, faremos o percurso inverso e descobriremos, entre o terror, o espanto e a autodeceção, que o que nos está a matar é aquela indecisão que lá atrás ignorámos. Descobriremos, também, que, pura e simplesmente, não sabemos o que escolher.
somos nós, os que só olhamos para fora e classificamos, julgamos :)
ResponderEliminarvai-te ao rum, capitã!
ah! bienvenidos ao meu mundo :)
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