Chove e chove e chove. O cão cola-se às vidraças entre o tédio da nova cortina de intermitentes fios prateados que passou a haver do lado exterior e a inveja conformada das gaivotas que se vieram abrigar na varanda.
A manhã, a tarde e a noite, o dia de hoje e o de ontem, têm todos a mesma indestrinçável cor opaca.
Não vejo um único ser humano há demasiadas horas. Saio para as ruas que estão aguadas e desertas.
Compro um peixe e um livro de Vinicius de Moraes.
No regresso, o cão continua sentado a ver cair a chuva de ontem.
enquanto estiver assim morto, a chuva tem de cair...
ResponderEliminarTens de renascer quanto mais não seja porque eu e o meu cão não suportamos mais a chuva.
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