quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Platão

De uma forma ou de outra, todos estamos, pelo menos em parte, condenados a nascer e morrer dentro da caverna de Platão, voltados de costas para a tal fresta por onde entra uma luz ténue e confundindo as sombras projetadas na parede com a verdade das coisas que, afinal, desenrola-se nas nossas costas.
Por mais que queiramos acreditar no contrário, há coisas relativamente às quais nunca conseguiremos saber mais do que as sombras. 
Não consigo decidir se isto é coisa boa ou má. Os cristãos garantem-nos que é dos pobres de espírito o reino dos céus. E a avaliar pela felicidade de alguns aficionados das sombras, talvez não lhe devêssemos chamar Alegoria da Caverna. É, temo, uma Alegria da Caverna. 

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Não vislumbro sintomas de alergia na malta das sombras. Só uma tranquilidade sem fim.

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  2. posso sempre sugerir que, a esses, lhes reserve um motto que muito utilizo. tem como trave-mestra a simplicidade na existência e seu episódios, e glorifica o quão naïf deve ser a nossa visão do agora: é ele, o fuck’em.

    se se sentir particularmente incomodada com ingerências - passadas mas perenes, qual moscardo acicatando o bem-viver – sirva-se do mais abrangente fuck’em all.

    se, porventura, o incómodo se mantiver omnipresente, um ide-bos foder costuma resultar.

    não expectando que mezinhas que me servem sejam placebos que vos curem, espero ter sido de serventia.

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  3. Por momentos pareceu-me que estava a falar da Casa dos Segredos.

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