Já cheia, a lua viu. Estavam sentados em redor de uma fogueira. Corpos magros escondidos sob trajes negros. Almas livres debaixo de olhos negros. Cabelos negros ocultos pelos chapéus, eles, e pelos lenços, elas. Os únicos três que não estavam sentados no chão, do alto dos seus troncos de árvore empunhavam guitarras na expressão de raiva contida de quem aponta espingardas. Por todos, dois cantavam.
Fora da roda, a cigana descalça dançava e dançava e dançava.
O rasto vermelho feito da seda do seu lenço é a minha primeira memória.
Tatuada no gene da liberdade.
Eu me vesti de cigana pra cantar o sol, já dizia Montenegro.
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