quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cinco filosofias


1. Rasgo a nostalgia pelo meio a atiro-a para o primeiro caixote do lixo que encontre.
Não a componho, não a guardo em gavetas, nem sequer a reciclo. A nostalgia é o anjo negro do inconsciente.
2. Nado todos os finais de dia numa piscina de auto-perdão.
Não acumulo culpas judaico-cristãs nem de qualquer outra espécie. A culpa é um anestésico do erro.
3. Reanimo os fantasmas do passado para que não me atormentem as noites.
Não varro o passado para debaixo do tapete da porta de entrada. Todos os fantasmas são risíveis quando sentados no sofá da casa a beber um gin bombay.
4. Rejeito formas de aprendizagem que passem pelo sofrimento.
Não reconheço à dor capacidades pedagógicas. Competências curriculares adquiridas pelo sofrimento tendem a transformar-nos em piores pessoas. O mal não tem ancas para parir o bem.
5. Assumo-me como o rei Midas da futilidade.
Não há vida mais vã do que aquela que se desperdiça numa caverna cinzenta e feia. O fútil é o quociente emocional da existência humana.

2 comentários:

  1. 1. Mas em certos dias tem o poder aderente da Super Cola 3.

    2. I'm in constant pain. So bring on the pain killer.

    3. Com esses também posso eu bem.

    4. Pois, nunca curtiste um cilício. Nem tatoado.

    5. Cleópatra do self indulgence.

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  2. Em relação ao ponto 3 tudo depende da energia dos mortos-vivos!

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