Perguntei a Homero,
que tudo sabe,
mas o oráculo despediu-me,
reencaminhando-me para o mar.
reencaminhando-me para o mar.
as que são,
as que serão
e as que já foram."
Pela manhã, ajoelhei-me
na areia pura.
Limpa de viúvas de pescadores,
gaivotas desorientadas,
búzios que carregam sons
de outros mundos,
mensagens desesperadas
dentro de garrafas antigas.
Conheci o conforto dos crentes
nesse gesto mudo
de perguntar a direção
dos próprios passos.
Mas o mar declarou-se incompetente;
inconstante na fúria;
inconstante na fúria;
escravo dos humores da lua.
Esperei a lua,
pendurada na noite.
Perguntei-lhe ao ouvido
a direção dos meus pés.
A lua, iluminou-os
mas, fazendo jus à fama
nem se dignou responder-me.
Sobram-me os pés descalços
E o esboço de mil caminhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário