Há um silêncio que circula nas veias, que se concentra na garganta, que se faz ouvir por trás dos olhos.
É um silêncio que só pode ser quebrado pela poesia. Uma nuvem inesperada sobre um azul matutino, a sombra de uma mão projetada na parede da sala, o vermelho de uma papoila extemporânea, o desenho da linha perfeita das costas de uma bailarina, ou, até, um verso. Qualquer forma de poesia. Tanto faz.
É um silêncio que pesa dentro dos ossos, que queima as palmas das mãos, que escurece o olhar. Um silêncio que é urgente quebrar.
Quem diria que os/as piratas, também têm coração...Sinto-me tão comovida que lhe trago este excerto de um poema de Eugénio de Andrade, numa adaptação minha.
ResponderEliminarDesfrute...e roa-se de inveja!!
“Urgência”
(Adaptação)
É urgente a Paz.
É urgente uma bandeira branca.
É urgente terminar todas as guerras
Ódio, solidão, maldade
Muitos lamentos, algumas quimeras.
É urgente redescobrir a Paz, a alegria
Multiplicar carícias sinceras.
É urgente descobrir sonhos e risos
Eternas Primaveras.
Cai o silêncio da noite
E a luz impura, até magoar.
É urgente a Paz.
É urgente
Pacificar.
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Obrigada, Maria Antonieta. É um excelente poema.
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