Deitada no cesto da gávea estendo a mão para colher um resto de frio. Fecho-a para que não se escape por entre os dedos. Guardo-o, com cuidado, dentro de um dos bolsos do vestido. É um frio bom. Do azul infinito que antecede as estrelas. Da leveza da caxemira enrolada ao pescoço. Do cheiro do lume nas lareiras. Deitada no cesto da gávea antecipo o calor dos telhados de Lisboa. E guardo, para então, este resto de frio azul.
neste meu modesto estabelecimento tenho frio para todas as cores... directamente exportado das calotas, de grande qualidade, garantia de pelo menos dois anos... posso enviar catálogo...
ResponderEliminarTens serviço de armazenamento e conservação de um instante de frio?
Eliminarque pergunta mais estapafurdia... claro que tenho serviço de armazenamento e conservação para instantes de frio... e até tem estantes, e gosto muito de dizer: tenho estantes cheias de instantes...
EliminarQuanto custa um instante de frio bom?
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