segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Ligeiras nuances de significância

A felicidade não sei o que seja. Tenho perante o conceito a mesma reação emocional que me provocam as pessoas difíceis: um profundo desinteresse.
Já a alegria, essa, disponível, tangível, colorida, ali a chamar por nós, é estado que me parece muito conservável.
A alegria é um rafeiro que, à mínima interação, corre na nossa direção, a abanar a cauda. Encontro-a nos sítios mais insuspeitos, como as gargalhadas dos outros; um poema de Pavese; dentro de uma frase de Borges; a fotografia de um sítio que nunca vi; um desenho a carvão; uma decente tarte de maçã com gelado de baunilha, ou o formato de uma nuvem.
Este final de tarde, encontrei-a, dentro do piano, enquanto me esforçava por aprender esta música:


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