O sol mergulhava à hora certa na sétima onda da praia esquecida
E podia-se vê-lo cruzar-se com uma lua que era sempre azul,
Ambos no passo lento das valsas mornas,
que é o abraço ligeiro dos amantes
mais antigos
do que o mundo.
Uma manhã os deuses enlouqueceram de ciúme pelo amor dos homens.
Os olhares que deceparam a última das rosas, atearam o fogo à montanha
E restou a cortina de fumo, que engoliu o sol e regurgitou uma lua cinzenta.
Estendendo a cegueira aos corpos desencontrados,
que são o alheamento profundo dos amantes
mais antigos
do que o mundo.
Os que ainda trazem entre os dentes os restos de uma rosa,
mas já esqueceram o contorno da mão que a plantou.
Que deuses tão insensatos, esses. Condenaram então o sol e a lua ao eterno desencontro.
ResponderEliminarConsta que a insensatez é a marca de todos os deuses.
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