O que me quis dizer e não soube, ouvi-o, em eco permanente, durante muitas luas, como se houvesse fixado residência no interior de um búzio. O que me quis mostrar e não conseguiu, vim vê-lo e assombra-me agora os olhos.
Se unir o que não me disse ao que não me mostrou obterei o esboço aproximado da perda. Foi nada menos que o mais próximo da perfeição a que podem aspirar os humanos.
Perder o paraíso - digo a mim própria para que a perda me seja tolerável - é, apesar de tudo, preferível a perder-nos no paraíso. É esse o destino dos que desafiam as limitações humanas.
A incompletude tem essa virtude: propiciar-nos vislumbres de um paraíso perdido.
ResponderEliminarParece mais uma compensação do que uma virtude.
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