Para todos os outros é apenas a fotografia de um pátio, captada de um plano inferior. Para lá da mancha de sombra, vê-se um caminho de terra vermelha e depois dele os canteiros das flores e a seguir as árvores de fruto e, muito ao fundo, a baixa cerca branca por trás da qual se estende o mar infinito.
Há, ainda, no canto superior direito, um rasgo do céu azul da manhã.
Para um único homem, porém, será a forma que o abandono lhe deixou tatuada na íris; o registo exato da sua perspetiva do mundo na manhã em que uma espera se tornou vã.
Para mim, é o que não se pode ver:
O degrau de pedra antiga, por trás da imagem. E sobre ele, pousada, uma mão aberta, a suster o frágil equilíbrio do corpo.
E, nesse gesto, também do mundo.
Consegui ver/sentir essa fotografia, belas palavras.
ResponderEliminar~CC~