foi injusta a arriba que escondia a praia em meia-lua. não aceitei e fugi em jejum. a minha praia não é assim. mas entendi. a luz do fim de tarde naquela deve ser mais dourada. tenho este feitio intragável de ver algo positivo em tudo o que acontece e em tudo o que é. isto por ser calculista.
na pequena ladeira de chegar a casa onde voltei a ser visita.
neste tempo todo… eu desejei tanta coisa. que já não fizesse tanto calor às 18h57. que o dia viesse. que os jacarandás não florissem tanto. que o Domingo acabasse depressa. que estivesses sentado no passeio a fumar; à minha espera. que fosse Natal. que a chuva se aguentasse nas nuvens só até eu meter a chave na fechadura – e a ponta dos ciprestes a rasgá-las só para me irritar. que deixassem de me chamar como ele me chamava.
ele podia ser o empregado de mesa da cervejaria onde jantei esta noite. tem pinta de empregado de mesa, sabes? aquele que grita ao balcão pelos bifes só pela parte da vaca de onde foram talhados, acrescentando-lhes o sobrenome de “mal” ou “bem” passado. imagina a cena… imagina lá. e dirias, convencido: ele seria muito feliz.
o que aconteceu para tudo virar do avesso de um dia para o outro?
não acredito na tua felicidade.
não por nada em especial, apenas porque eu sei que precisas de não ser feliz. para poder fantasiar as coisas, as pessoas. vais fazer tudo de novo. aceita. é normal.
não tenho rancores, salvo alguns de mim mesma e que não posso expor aqui.
desconfio. aliás, tenho a certeza. infelizmente, é sempre assim.
sabes, tenho um amigo a quem os dias o enfadam. a mim, engulham-me.
sou frágil.
mas és tu que dormes com um olho aberto.
descansei bem a noite passada. pouco, mas bem.
pena ter estado tão escuro. que eu gosto de conversar a fazer sombras à lua. foi para enganar a memória, eu entendi. que os olhos decoram melhor e mandam nos outros sentidos.
tu lembras-te do que acontecia quando os nossos olhos? os nossos olhos eram.
amanhã fico na cama. doente. só me levanto para ir para a praia. e espero que chova fininho.
ando desesperadamente a precisar que os meus dias não sejam tão felizes. tenho mesmo que voltar para casa.
só quando se está mesmo muito magro se percebe que as costelas começam logo abaixo do pescoço.
vou salvá-lo. saiam da frente, por favor.
hoje trouxe de Lisboa o meu último vestido.
preciso descansar.
na pequena ladeira de chegar a casa onde voltei a ser visita.
neste tempo todo… eu desejei tanta coisa. que já não fizesse tanto calor às 18h57. que o dia viesse. que os jacarandás não florissem tanto. que o Domingo acabasse depressa. que estivesses sentado no passeio a fumar; à minha espera. que fosse Natal. que a chuva se aguentasse nas nuvens só até eu meter a chave na fechadura – e a ponta dos ciprestes a rasgá-las só para me irritar. que deixassem de me chamar como ele me chamava.
ele podia ser o empregado de mesa da cervejaria onde jantei esta noite. tem pinta de empregado de mesa, sabes? aquele que grita ao balcão pelos bifes só pela parte da vaca de onde foram talhados, acrescentando-lhes o sobrenome de “mal” ou “bem” passado. imagina a cena… imagina lá. e dirias, convencido: ele seria muito feliz.
o que aconteceu para tudo virar do avesso de um dia para o outro?
não acredito na tua felicidade.
não por nada em especial, apenas porque eu sei que precisas de não ser feliz. para poder fantasiar as coisas, as pessoas. vais fazer tudo de novo. aceita. é normal.
não tenho rancores, salvo alguns de mim mesma e que não posso expor aqui.
desconfio. aliás, tenho a certeza. infelizmente, é sempre assim.
sabes, tenho um amigo a quem os dias o enfadam. a mim, engulham-me.
sou frágil.
mas és tu que dormes com um olho aberto.
descansei bem a noite passada. pouco, mas bem.
pena ter estado tão escuro. que eu gosto de conversar a fazer sombras à lua. foi para enganar a memória, eu entendi. que os olhos decoram melhor e mandam nos outros sentidos.
tu lembras-te do que acontecia quando os nossos olhos? os nossos olhos eram.
amanhã fico na cama. doente. só me levanto para ir para a praia. e espero que chova fininho.
ando desesperadamente a precisar que os meus dias não sejam tão felizes. tenho mesmo que voltar para casa.
só quando se está mesmo muito magro se percebe que as costelas começam logo abaixo do pescoço.
vou salvá-lo. saiam da frente, por favor.
hoje trouxe de Lisboa o meu último vestido.
preciso descansar.
sim.
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