Cinco noites. O tempo que a insónia demorou a descobrir-me nesta cidade. Veio sentar-se aos pés da minha cama. Ficou a velar-me a angústia. Um desfile de mesquinharia que de dia é invisível e de noite é um monstro que ameaça engolir-me. Ficou a olhar-me de soslaio. E eu a fechar os olhos com força na esperança de deixar de ser vista. A fugir do quarto numa bicicleta. Azul. A pedalar na direcção do rio. A perder-me no nevoeiro. Sem farol. A bater de encontro à porta daquilo que acho que foi a nossa casa.
Cinco noites. O tempo que o teu fantasma demorou a descobrir-me nesta cidade. Veio abrir-me a porta de casa. Empurrar-me pelos corredores até ao quarto. Azul. Da cor dos lençóis onde já não há rugas que são trilhos de corpos. Lençóis esticados pela ausência. Ficou a olhar-me de soslaio. E eu a abrir os olhos para não sentir. O bafo gelado da tua memória incrustado na minha nuca.
Esta cidade é o teu sepulcro. Não admira que eu seja incapaz de dormir dentro dela.
Cinco noites. O tempo que o teu fantasma demorou a descobrir-me nesta cidade. Veio abrir-me a porta de casa. Empurrar-me pelos corredores até ao quarto. Azul. Da cor dos lençóis onde já não há rugas que são trilhos de corpos. Lençóis esticados pela ausência. Ficou a olhar-me de soslaio. E eu a abrir os olhos para não sentir. O bafo gelado da tua memória incrustado na minha nuca.
Esta cidade é o teu sepulcro. Não admira que eu seja incapaz de dormir dentro dela.
Sem comentários:
Enviar um comentário