Substituí o Puccini pelos boleros e agora não sei o que pensar disso.
Também não sei o que pensar de todo o resto.
Também não sei o que pensar de todo o resto.
Não seria motivo para comunicação ao mundo, não se desse o caso de eu usar de saber sempre o que pensar sobre as coisas.
Mas parece que isso foi antes. Não o antes que se contrapõe ao depois mas o antes que, pelo menos, não é o agora.
Os boleros no carro a ocuparem o lugar do Puccini são um presságio tão assustador como um corvo negro que decide pousar no meu ombro e atar uma pata ao meu cabelo.
Imagino o Puccini sentado num cadeirão de veludo verde gasto a olhar para mim com um ar desiludido.
- boleros, Cuca? Mas… boleros?
E eu a encolher os ombros, desajeitada, sem conseguir articular uma explicação plausível para a traição aos clássicos.
O corvo negro a dar-me uma bicada no pescoço.
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