sexta-feira, 10 de setembro de 2010

No Reset

Receitas caseiras de chá calmante. Imersão corporal em banheiras de espuma. Meditação budista de nível dois. Exercícios cerebrais de exaustão mental. Conversas imaginárias com todo o tipo de divindades crueis. Horas de televendas com máquinas infernais que nos esculpem o corpo enquanto comemos bolachas de manteiga. Teletransporte para uma dimensão virtual com homens de orelhas nos pés. Aumentar a escuridão. Sair do quarto. Copos de pé alto com qualquer coisa que embebede. Voltar para o quarto. Diminuir a escuridão. Gente na BBC a discutir a importância da diminuição do gado ovino num lugar que não tenho a certeza que exista. Calor. Frio. Temperatura irritantemente perfeita. Drogas médicas que prometem o milagre da libertação da racionalidade. Escolher um quadro dentro do qual me pareça possível adormecer.
Noite após noite, após noite, após noite, após noite.
E hoje, outra vez, ela vai estar á minha espera, sentada num canto do quarto com um sorriso demente…

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