sexta-feira, 9 de julho de 2010

Deus devia conceder a todos os homens a graça de terem filhas.


Chegaste a casa.
Pela última vez.
Esta podia ter sido a imagem da nossa última conversa quinze dias antes de eu te abandonar; mas as condições não eram exactamente as mesmas.
Ainda assim, lembras-te que me sentei no chão para te ouvir? Foi para poder, apesar das circunstâncias, olhar para cima para te ver. Cumpri o que me pediste, o melhor que pude. Ires para casa foi um bónus. Espero que aprecies.


Diz-me porque é que ainda não consigo deixar de sofrer aquele teu sofrimento.

2 comentários:

  1. "É preciso não esquecer nada:
    nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
    nem o sorriso para os infelizes
    nem a oração de cada instante.

    É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
    nem o céu de sempre.

    O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
    o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

    O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
    a idéia de recompensa e de glória.

    O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
    vigiados pelos próprios olhos
    severos conosco, pois o resto não nos pertence."

    Cecília Meireles

    Concede-te a graça de um time-out.
    LY.
    C.

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  2. E a todas as mulheres a graça de terem homens.
    A resposta, parece-me, está na etiqueta.

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