Tal como se diz de alguns mortos, que não sabem que o são, assim sucede com os recentes desexilados. É como ser fantasma ao contrário. Afantasmar. Desfantasmar. Infantasmar. Os dedos, de súbito, conseguem empurrar as portas; os espelhos passam a ser habitados por uma expressão qualquer; o corpo materializa-se diante dos olhos daqueles que, entretanto, se esqueceram de que existimos.
Até a casa é preciso aprender a possuir. Esboço nas paredes cada vez menos nuas os traços do meu coração, esperando fazê-la minha depois de impregnar de jazz os tecidos e de deixar a poesia ascender ao nível do pó dos candeeiros.
Reparei que, para os mesmos efeitos mas com aparente maior sucesso, o meu cão esfrega-se nas coisas.
Laruca, Cuca,
ResponderEliminaros cães sempre se esfregaram demasiado nas cousas, donde, sempre preferi os gaats, mas é quase o mesmo (ah,!, os fretes que eu faço :P)
a casa é sempre mais nossa quando é partilhada...
:)*
Disseste uma coisa muito bonita aí. Ainda é por cima, é capaz de ser verdade.
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