Escondi as mãos dentro dos bolsos para que ele não visse um resto de solidão que ainda trago agarrado às unhas. Ambos fingimos o acaso, silenciando o facto de se terem passado exatamente cinco anos e uma hora. Os sessenta minutos, presumo, que durou a batalha interior. Um dia ganharemos a guerra. Eu terei as unhas limpas. Ele não terá bandeira alguma pela qual lutar. Seremos o que fica depois do esquecimento e a paz, como o previu a canção, abater-se-á sobre ambos. Estaremos mortos.
Então, num qualquer crepúsculo, haverá um homem e uma mulher que são todos os homens e todas as mulheres e a eles pertencerá esta infinita, inexplicável, saudade.
Hum.
ResponderEliminarPensei que existia alguém, nessa história, com uma bandeira inconfundível, ondulando ao sabor do vento (firme, de mapa feito & tudo & tudo, até o X, marcando o lugar :)
Nem pensar! Isso ainda corria bem e depois acabava-se-me o tema do blogue!
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ResponderEliminarNão haverá bandeira por que lutar, apenas aquela outra, branca, do tal esquecimento e da paz — que é também negra, de saudade.
ResponderEliminarHá coisas que merecem ser guardadas em caixinhas. Sabemos onde estão. Sabemos onde escondemos a chave. Mas raramente as tiramos da caixa.
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