terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Intangibilidade

Regressarei.
O sol terá acabado de nascer. Haverá bruma. A praia estará vazia. A areia será escura. A água quente. 
Então ajoelhar-me-ei no absoluto silêncio e tê-lo-ei por um instante diante de mim: o contorno imperfeito, longínquo, intangível da minha Ilha. 
Não distinguirei a montanha; as árvores; a cascata; os telhados; as pedras negras do chão; as aves; certo alpendre e o desfazer da onda numa outra praia não menos vazia. 
Ajoelhar-me-ei diante do contorno difuso de uma massa de terra.
Pode parecer pouco, mas é o mais próximo de mim que estarei algum dia. 

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