terça-feira, 16 de setembro de 2014

As primeiras chuvas

Enquanto o céu desabava sobre o amanhecer e uma mesa de bambu se afogava na varanda e insetos mortos eram arrastados na direção do ralo e o latir furioso dos cães nos acordava para o dia, dentro do quarto o cheiro quente da baunilha, a promessa de croissants acabados de fazer, a sensação do linho na pele, os acordes de uma música francesa comum. 
E entre o dormir e o acordar, entre o passado e o futuro, entre o inverno e o verão, a velha imagem de uns pés nus assentes na corda do funambilista, em equilíbrio precário. 

1 comentário:

  1. Nunca pensei em equilíbrio precário. Sempre achei que se há equilíbrio é por que tem eixo.

    Palmas!!

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