quarta-feira, 11 de junho de 2014

E ainda o cheiro do mar


O som de um saxofone a brilhar no crepúsculo das paredes. As asas da traça de encontro ao vidro da janela fechada. A nuvem de fumo que se acolhe na lâmpada. Uma mancha minúscula a estender-se para lá da ombreira. A folha branca que a ventoinha propulsiona em voo tropeçado. Moléculas de pó que me caem das clavículas e se arrastam pelo chão. O teu nome escrito a dourado num sobrescrito esquecido. Duas memórias rasuradas.
É interminável a lista de desesperos que aprisiono dentro desta sala. 




6 comentários:

  1. É interminável a tua qualidade a escrever nanocontos. Gosto muito de aqui vir. Lugar calmo, sem stress e que recebe bem as pessoas.

    ResponderEliminar
  2. Pega naquele pé com o anel, junta-lhe o outro pé, e vai passear para algum lugar como o da imagem. Nem que se ja momentâneo, vai saber-te bem.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Foi o que fiz, Troll, mas sem o anel... para não assustar as pessoas...

      Eliminar
  3. Que foto fabulosa!
    Abra a porta e deixe os desesperos se afogarem nesse mar maravilhoso.

    ResponderEliminar