- Vês cão, olha ali aquele casal tão fofinho a fazer um piquenique na relva.
- Emanas uma energia invejosa que me deixa perplexo e preocupado.
- Oh, vê como a felicidade pode ser tão simples.
- E barata. Já te aflorou o espírito a ideia de que ele pode não ter dinheiro para a levar a um restaurante?
- Estragas sempre tudo, cão.
- Só mobiliário sueco. Sempre respeitei a cómoda herdada.
- Podia ser feliz com um homem que me fizesse um piquenique num jardim no meio da cidade.
- A minha percepção canídea diz-me que te perdeste neste jardim na primeira vez que vieste aqui comigo. Ora, vivendo tu aqui ao lado, é legítimo concluir que essa fase bucólica-romântica é recente e passageira.
- Percebes pouco da natureza humana, cão. Um humano pode evoluir com as experiências anteriores e constatar que só na simplicidade pode encontrar a magia de um coração puro.
- E essa epifania surgiu, assim, subitamente? Diante da visão de dois jovens de esquerda a comer comida de lata, em cima de uma toalha de praia?
- A evolução, cão, faz-se pela substituição dos quadros mentais anteriores.
- Sim, sim. Mas agora, se não te importas, antes que o processo se conclua e cheguemos à fase do parque de campismo pulguento, leva-me a jantar a um sítio decente e bem frequentado. De preferência, daqueles onde não deixam entrar os outros cães. Dona.
- És um snob, cão. Não imagino com quem possas ter aprendido essas manias…
:D
ResponderEliminarImagino que o cão vá intercalando essas palavras com umas baforadas no seu cachimbo Dunhill... :)
:)
ResponderEliminarClaro!