As equações que envolvem a variável concessão à consciência dão sempre resultado negativo.
Foto daqui
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
domingo, 24 de fevereiro de 2013
pensamento profundo da tarde de domingo
Eu tinha um projeto de vida para mim e para este cão.
Passava vagamente por longos passeios matinais na praia, entre-cruzados por brincadeiras com a bola, os dois de cabelos aos vento, enérgicos e felizes.
Seguiam-se tardes de esplanada, entretidos com os nossos jornais, os dois muito Gucci, tranquilos e felizes.
Mas dois meses depois tornou-se evidente que meu cão se está nas tintas para esse projeto de vida.
Só tem interesse em correr na praia se for para perseguir cães com donos antipáticos. O resto do tempo, prefere ser arrastado pela areia do que dar-se ao incómodo de andar. E sobre os jornais tem um conceito de utilidade muito discutível e nada intelectual. Um conceito que faz questão de demonstrar, ali mesmo, nas tais esplanadas onde não se comporta de uma maneira nada Gucci.
Tudo isso seria tolerável, se ele não se empenhasse tanto para atrair velhinhas nórdicas e crianças barulhentas, ao mesmo tempo que rosna a todos os homens giros.
Afinal não fui, foi o meu cérebro.
(…)Like the wallaby we have thousands, if not millions, of wired-in
predilections for various actions and choices. I don’t know about wallaby
minds, but we humans think we are making all our decisions to act consciously
and willfully. We all feel we are wonderfully unified, coherent mental machines
and that our underlying brain structure must somehow reflect this overpowering
sense we all possess. It doesn’t. Again, no central command center keeps all
other brain systems hopping to the instructions of a five-star general. The
brain has millions of local processors making important decisions.
(…)The lingering conviction that
we humans have a “self” making all the decisions about our actions is not
dampened. It is a powerful and overwhelming illusion that is almost impossible
to shake. (…)
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Cuca; o livre arbítrio-esse outro mito.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Tabu, ainda.
Tabu, o filme, ensina-nos algumas coisas úteis.
A primeira e mais óbvia é que à fase do "Paraíso" sucederá sempre o "Paraíso Perdido".
A segunda é que os filhos por quem abandonámos a paixão das nossas vidas, nos abandonarão a nós para que nos arrependamos na solidão do leito de morte.
A terceira e, porventura mais triste, é que um amor perdido no tempo nunca chegará em tempo útil.
O mais importante é, tendo-se vivido como Aurora, evitar morrer como Aurora.
A primeira e mais óbvia é que à fase do "Paraíso" sucederá sempre o "Paraíso Perdido".
A segunda é que os filhos por quem abandonámos a paixão das nossas vidas, nos abandonarão a nós para que nos arrependamos na solidão do leito de morte.
A terceira e, porventura mais triste, é que um amor perdido no tempo nunca chegará em tempo útil.
O mais importante é, tendo-se vivido como Aurora, evitar morrer como Aurora.
há menos peixinhos a nadar no mar do que os beijinhos que darei na sua boca
Chega de saudade porque a vida também se faz de alguns regressos.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Cá em casa, estamos bem.
Aconteceu ali em cima uma pequena catástrofe que tentaremos remediar quando passarem os efeitos do champanhe.
Por agora é melhor tirarmos a coleira e irmos dormir.
Por agora é melhor tirarmos a coleira e irmos dormir.
Ground Zero
Suponho que ao longo da vida, num ou noutro momento, todos acabaremos por ter o nosso ground zero.
Pode-se vaguear durante uns tempos pelos destroços a tentar identificar os restos.
Mas chega um momento em que ninguém se pode dar ao luxo de se continuar a recusar a limpar e reconstruir.
Faz parte dos mistérios da condição humana.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Ao telefone
- Tens saudades minhas?
- Hum... apenas porque é Carnaval.
- ... Como assim? Por causa do fato de odalisca?
- Não. Porque era a altura das férias na neve.
- Hum... apenas porque é Carnaval.
- ... Como assim? Por causa do fato de odalisca?
- Não. Porque era a altura das férias na neve.
Das coisas que são realmente graves e têm a capacidade de me chatear
Como cortar as unhas a um cão hiperativo que nunca dorme na nossa presença?
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Cuca; o meu quotidiano está cada vez melhor.
domingo, 10 de fevereiro de 2013
não se pode voltar à simplicidade dos tempos do Plateau?
Duas casas e uma cabeça desorganizada e distraída, deixaram-me sem o iPad e o Melville a encher-me os ouvidos durante um mês inteiro.
O meu cérebro, claro, traiu o voto de confiança que foi esta pradaria de liberdade nocturna.
Sem o espartilho da odiosa baleia, entreteve-se a ouvir a panóplia de disparates que lhe debita o coração.
O resultado teria sido catastrófico se não tivesse reiniciado a terapia da alienação.
Os cães são bons no ofício de distrair a mente mas não cansam tanto como a Mobby-Dick.
Além disso, é reconfortante saber que há quem dedique a vida a guerras ainda mais estúpidas do que a minha.
Queria regressar à simplicidade dos tempos do Plateau.
Iconoclastia do homicídio
Pensas
O amor é
um boneco de porcelana
Eros de
quermesse de igreja com asas mal esculpidas
Em que é
a ideia e não o objeto que se ama
E como
crês ridícula a adoração iconoclasta
Consomes
as minhas veias com a mesma tecla gasta
Faço
verdades as tuas mentiras
Enquanto
meço a distância entre a mesa e o soalho
Olho o
boneco uma última vez nas asas
E
dou-lhe uma pancada seca com a mão
Esquerda.
A do coração.
Ouço-te
estilhaçar de encontro ao chão
Não
volto a olhar.
Não o
posso apanhar.
O
destino natural dos resíduos é a absorção
Penso
O teu
amor é um boneco de porcelana
Eros de
quermesse de igreja com asas mal esculpidas
Em que é
o objeto e não a ideia que se ama
Ouço a
porta fechar-se nas minhas costas e mordo o lábio inferior
Um
clique. Não foi o que disseste? Que o amor se partiria num clique?
Amanhã
serei incapaz de me lembrar da origem deste ligeiro hematoma
Que por
hoje, mas apenas por hoje,
Ainda me
ensombra o sorriso
Faço
mentiras as tuas verdades.
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Cuca. Sou do sítio do Picapau Amarelo.
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