Debaixo da mancha cinzenta oprimem-me as pilhas de livros na cabeceira, os cabides no armário fechado, um bilhete dentro do bolso das calças, uma fotografia guardada no telefone e vários emails perdidos no espaço virtual.
À insónia pertence esta culpa sem rosto. A indefinível sensação do crime que julgamos ter cometido mas que não conseguimos recordar. A aceitação do castigo que é a consciência da profunda noite.
E depois, pousar a cabeça na almofada como quem a oferece ao machado do algoz.
Essa quase morte.
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