domingo, 9 de abril de 2017

Rastas

Dentro de uma das mangas de renda branca, escondo a alma rastafari. Durante o jantar, escorrega pelo pulso uma madeixa de cabelos enrolados que desce até aos dedos. Sacudo a mão com um único gesto firme, da esquerda para a direita, como quem afasta um mosquito imaginário.
Olho disfarçadamente para o pulso reentregue à decência das rendas brancas.
E quando ele me pergunta qual é meu superpoder, não lhe digo, é claro que não lhe digo, que é a minha ilimitada capacidade de desprezo.

9 comentários:

  1. Respostas
    1. Nunca mais me esqueci daquela justíssima crítica dos versos em forma de título de livro de terceira categoria!
      :)

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    2. Tinha escrito aqui um comentário e não ficou. Evaporou; mas, ya, pirata, não te desenrascas lá muito bem com a poesia em verso...
      mas, porra, não há neste blogue um texto mau, xãrolo. É tudo fino.

      :)

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  2. Então tens desprezo pela alma rastafari, é isso?

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  3. ... e não só. acrescente-se pelo menos a deliciosa elegância d'A Palavra.

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  4. uns pés descalços versus high heels é que era... mas isso sou eu, que sou um fetichista.

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