Deitada na nuvem apanhei uma gota de água e montei, na palma da mão, o meu próprio Aleph. Vi uns pés que conheço melhor do que os meus deambularem descalços pela penumbra derramada no chão frio da cozinha; vi as cordas de uma guitarra esquecida atrás da porta; vi o espaço vazio da estante onde viveu o livro que ocupa o espaço antes vazio numa outra estante; vi uma orquídea que desistiu de florir; vi o búzio partido dentro de uma caixa, dentro de outra caixa, dentro de outra casa de penumbra derramada; vi um quadro em tons de cinzento deixado num cavalete; vi num espelho antigo o reflexo de um rosto triste; vi a estrada que vai da montanha até à lua e estava vazia. E então soprei a gota de água e fiquei a vê-la escorrer através dos dedos até ser apenas a chuva dos homens.
andas a roubar-me o negócio... e ainda por cima é um negócio sem futuro... porque nã te dedicas ao bom tempo?
ResponderEliminarEu estava apenas deitada nas nuvens a ver as coisas através do meu aleph de bolso. Mas era tudo tão desinteressante...
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