Descobri que Herberto, o escritor que nunca vi e que tem colorido os meus fins de tarde neste navio com o filtro polarizador da paixão nascente, tem oitenta anos.
Enviei-lhe uma carta mais desesperada do que as outras exigindo-lhe o remédio para as minhas angústias existenciais que, percebo-o agora, passam pela necessidade de consumação deste amor epistolar.
Herberto, que crê que todas as respostas a outros tantos problemas equacionáveis nos foram gentilmente cedidas na literatura de Borges, mandou-me ir procurar ao livro.
Umas páginas depois, percebi que Herberto se estava a referir ao platonismo como solução.
Fui perguntar ao meu senhorio Israelita da Planície o que pensa disto.
Deu-me a seguinte resposta:
- Deves esquece-lo já! E, penosamente, voluntario-me para ser usado nesse processo.
Fiquei tão comovida com o espírito de sacrifício que não tive coragem para lhe corrigir o tratamento informal.
Esse israelita... hummm estou para aqui a pensar que ele não é nem um pouco desinteressado, e depois... platonismo... não enche barriga ( no bom sentido, claro...)
ResponderEliminaro politicamente correto obriga-nos a partir do princípio que essa malta da estrela da davi é sempre bem intencionada.
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