sábado, 19 de julho de 2014

O mármore da tua ausência

E assim fazemos cumprir, em dobro, e qualquer uma destas tardes, em triplo, a profecia do poeta que transformámos em promessa, inquebrantável como o mármore da ausência: 


Despedida

Hão-de erguer-se entre o meu amor e eu 
trezentas noites quais trezentos muros
e o mar será magia entre nós dois.

Apenas haverá recordações.
Oh tardes merecidas pela pena,
noites esperançadas ao olhar-te, 
que vejo e vou perdendo...
Definitiva como um mármore,
a tua ausência irá entristecer outras tardes.


Jorge Luis Borges, Obra Poética, Vol. I, Quetzal.


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