A pomba entregou a sua mensagem.
Deixou-a cair quase aos meus pés, de tão perto que estávamos.
Foi a primeira da formação, porque, suponho, quem me conhece os hábitos saberá que sou melhor a chegar a horas do que a ficar até ao final.
Não faltou o nome de código, versão murmúrio, o gesto a condizer.
A mão esquerda no coração, a cujas janelas se assoma a pomba que traz a mensagem.
Foi perfeito e não serei ingrata.
Reconheço o valor do empenho nos bastidores de tão formidável encenação.
Um telefonema? Dez telefonemas?
Um telefonema? Dez telefonemas?
Acho que noutros tempos teria desmaiado de emoção.
Mas os tempos são estes. Tornei-me uma pessoa de gostos simples.
A verdade desnuda do silêncio não se cobre no veludo das cortinas de opereta.
A verdade desnuda do silêncio não se cobre no veludo das cortinas de opereta.
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