quarta-feira, 21 de maio de 2014

Ao telefone

- Estou...
- Olá.
- Olá.
- O que foi? O que fizeste agora?
- Nada, porquê?
- Porque estás a usar a tua voz de culpa.

Passarão mil anos do dia em que o sol tirou à pele o último milímetro da marca da aliança; somar-se-ão continentes aos quilómetros de distância física; reduzir-se-ão as comunicações aos sinais de fumo de uma tribo índia. Apagar-se-á a História da memória coletiva.
Mas nenhum tempo, nenhuma distância, nenhuma ausência, nenhum esquecimento enganará o sexto sentido de bruxo comedor de búzios pactuado com o diabo parido de todos os tarôts do universo.

2 comentários:

  1. Eles decifram-nos muito bem, mas nós deciframo-los melhor ainda. Mesmo na ausência apesar de ser complicado decifrar o vazio.
    Beijo, querida Cuca, sem voz de culpa :):)

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    1. também pode ser o efeito astrologia reversa :)
      beijo, querida M D.

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