- É melhor assim!
Disseram-me todas as pessoas, enquanto descaíam os ombros e encolhiam ligeiramente o pescoço numa unânime inflexão para a direita.
O lado do não coração.
Ensaiei o gesto em frente ao espelho mil vezes. Dei comigo a murmurar alto a frase, num tom misto de resolução e indiferença. No meio da rua, no carro, na cama, no duche. Para mim própria. Até atingir o ponto da perfeição.
E depois disse-to a ti, preocupada por nem sequer poderes ver a perfeita linguagem corporal que acompanhou a declaração.
- É melhor assim!
Acabaste tu por dizer a uma plateia de ombros descaídos e pescoços ligeiramente encolhidos em unânime inflexão para o lado do não coração.
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