… e no coreto que inauguravam naquela tarde de fim de Julho, um conjunto de músicos vestidos de branco tocava um chorinho fresco que lhe sabia a hortelã. gosto que se entrosava na limonada com cacos de gelo disformes servida pelo homem do carrinho quadrado com rodas de bicicleta. o som do pica-gelo contra a pedra gigante que derretia devagar e encharcava o saibro à volta. foi aí que sujou os seus sapatos de sola, que eram novos. já não tinha idade para ir brincar com o irmão e os primos, mas ainda só assistia aos beijos escondidos que o magala dava na sopeira lá de casa. Domingo.
e foi estranho porque, no meio daquela gente toda, apareceu-lhe um rapaz de casaco azul e nariz comprido que, alegando agoniante sede, lhe pediu para partilhar a limonada. no copo, uma só palhinha.
e ela aceitou.
que bonito.
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