Eles sentaram-se nos bancos da praça, recostaram-se, cruzaram as pernas, deixaram cair o pescoço para o lado em atitude de profunda reflexão e ficaram imóveis, entregues à quietude da noite com os olhos fixos nas estrelas e os espíritos perdidos entre dimensões inatingíveis. Ou isso.
Na dúvida se aquilo que estava a fazer poderia ser considerado difusão de obra alheia, e na falta da respectiva licença, optei por fingir não ter dado conta que, atraída pelo som que saía das minhas janelas, uma modesta multidão transformou-se em plateia de um concerto de jazz.
Quarenta minutos depois, o CD chegou ao fim e eu fechei as janelas.
Os velhos da praça não se foram logo embora.
Ficaram ali a comentar que aquilo do jazz só era pena não ser o Tony Carreira a cantar.
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