desce o azul dos sonhos pelas paredes do quarto e afinal são olhos que espiam os meus pés nus. O lençol é um areal iluminado pelos raios onde, nas piores noites, descalça, danço uma cantiga de facas e rosas que deixam espinhos nos lábios. Mas depois espalha-se a aurora pelas ruas e há ecos de gente e dissipa-se o sangue. A dor é endémica. Porém, se evitar os espelhos, se pisar cuidadosamente o fio do dia, se não ouvir as risadas dos loucos, se não me cruzar com um animal doente, ainda consigo acreditar que o amor, mas apenas o amor, nos pode salvar.
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