segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Caderno de encargos

Exigir-lhe-ei a lua, plena, a nascer sobre os velhos telhados da Lisboa nova. E a luz que têm as tardes que terminam no exato instante de um começo. Nem vento, nem brisa do deserto, nem um resto de areia entre os dentes. Exigir-lhe-ei o jardim de laranjeiras; a sombra ardente do início dos sonhos; a casa na árvore no cimo da avenida de tílias. Exigir-lhe-ei as linhas da mão; o mapa dos dias que não chegaram; a bússola que esconde dentro de peito. 
Tenho os dedos vazios, mas pagarei a crédito. 

7 comentários:

  1. tenho uma laranjeira que dá fruto o ano todo, um mapa de linhas da mão que não cumpre qualquer destino, uma bússola desregulada, uma casa em cima de sonhos, paralelas que não se tocam em nenhum infinito, um livro cheio de impossibilidades e dias que nunca chegarão.
    ofereço o pack completo se te servir. não quero nada em troca.

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    1. Caramba, Ana!
      Acabo de perceber que és o homem da minha vida!!!!
      :)))

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  2. vou deixar crescer barba e bigode!

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  3. Põe a fasquia alta para embarcar alguém no navio mas critérios são critérios e nada melhor do que se saber o que se quer.
    ~CC~

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  4. caraças, Larua, Cuca, Anuska, ninguém diz que não seriam igualmente belas, em par, mas raios, quem é que aguenta uma avenida de tílias? que, pelos deuses todinhos do Eliade, por exemplo? aquilo é nauseabundo!

    começam mal, é o que tenho a declarar, com uma compressa encharcada em Un Jardin Sur Le Nil :D

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    1. Realmente... ainda eu tenho a mania que sou pragmática. Esqueci-me do pequeno pormenor do cheiro s cemitério associado às tílias. Vou mudar o caderno de encargos...

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