segunda-feira, 22 de junho de 2015

Assim como uma espécie de pequeno gigante a flutuar no cosmo

O maior terror que encerra a perda é a possibilidade, ainda que meramente abstrata, de conseguirmos sobreviver ao desaparecimento daquela pessoa concreta. A angústia da perda, mais do que pelo espaço do vazio deixado ao nosso lado, justifica-se pelo pavor do momento em que esse espaço desaparece em virtude de um fenómeno natural de expansão. 
Preenchi todos os espaços vazios em meu redor, não através do sistema clássico da substituição, mas por via da pura e simples expansão. 
Só ainda não consegui decidir se é coisa boa ou má. 

5 comentários:

  1. A mim parece-me coisa boa. Salutar. Saber viver com a perda é saber viver.

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  2. Todos os dias no céu desaparecem estrelas e nós nem damos pela sua ausência. Feliz daquele que sente uma ausência e pode preenche-la. É sinal que sente, que a dormência do primeiro impacto não tomou conta de tudo, é sinal que respira e que sorri finalmente ao vazio onde só deverá colocar a memória e nada mais.

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  3. Há espaços que não consigo preencher. Continuam vazios. Não sei lidar com isso.

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  4. É difícil preencher certos cantos que ficam vazios. É no entanto uma coisa boa ir preenchendo esses cantos, uns com memórias, outros com saudade.

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