domingo, 22 de agosto de 2010

Rigor Mortis

O medo de viciar sucede ao medo de experimentar. O medo de cair, ao medo de saltar. O do desencanto, ao da ilusão. O de chegar, ao de partir. O de surpreender, ao de tentar. O de morrer, ao de viver.

Pessoas que compram casas com roupeiros embutidos. Roupeiros sem graça nenhuma que combinam com os rodapés e o parquet no lugar de móveis espantosos por serem altíssimos e onde se guardaram gerações de vestidos de cauda em cabides que tem uma pega para que se possa retirá-los do varão. E que se chamam guarda-vestidos. Gente sem camiseiros nem toucador. Satisfeitos com as cozinhas equipadas de electrodomésticos encastrados, perfilados, como se os fossem fuzilar.

Os zombies. Que exalam normalização. As férias, sempre da mesma forma. As festas de aniversário numa constante no que se refere à pâtisserie.

Não há riscos. E não estou a falar de tentar benji-jumping… Só há protecção. Mas sem os primeiros, serve a segunda para exactamente o quê?





É tudo tão certo que só apetece desmanchá-los. À pancada. Até ao dia em que eles se desmancham a eles próprios.

4 comentários:

  1. bom post e excelente texto amigo! já me tinham mostrado este video, mas acompanhado assim por esta crónica melhor ainda...

    as aventuras de um empregado gourmet

    http://ohpirussas.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  2. E as vezes que eu uso uma derivação disso "What you afraid of? Zee Germans?" no meu linguajar corrente. ;)

    ResponderEliminar