O que me impressionou, ao longo dos seis quilómetros que percorri junto ao rio nesta manhã de carnaval, foi a obliteração dos sonhos. Nenhuma fada, nenhuma rainha, nenhuma princesa, nem sequer uma única bruxa. Nenhum pirata, nenhum super herói, nenhum cowboy, nem sequer um palhaço. Vi uma única criança mascarada. Vestiram-na de velha, retratada na miopia de uns óculos de aros pretos, vestido de flores e colar de pérolas e um manto preto apoiado no respetivo cajado. A única família que passeou uma criança mascarada, encerrou-a num traje de velha deprimida. À falta de flores, borboletas, criaturas mitológicas e salvadores do mundo, ocorreu-me que a magia foi salva do outro lado do espelho. Como na canção do Chico Buarque, haverá talvez, escondido, numa qualquer parte do mundo, um país onde se refugiaram os sonhos.
Podem ter ficado em casa como as netas da Elvira
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Espero que tenha sido isso.
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