Consciente da urgência da catarse,
pedi uma chuva de sapos.
O processo de cura não se
completa sem um instante de mundo ao contrário. A impotência perante um céu que
desaba na nossa frente tem milagrosas capacidades libertadoras. A catarse
liberta-nos do que ficou para trás e, nessa medida, purifica-nos. Não há nada
mais puro do que um conjunto de desconhecidos a contemplar a brutalidade da
devastação.
Preciso de uma chuva de sapos.
Hoje deram-me um tornado, mas agora
percebo que foi manifestamente insuficiente.
Não aceito menos que uma chuva de
sapos.
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