quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Os loucos, pois claro



Aqui não há ópera, teatro, cinema ou sucedâneos.
Percebe-se assim melhor o meu entusiasmo por ter sido convidada para assistir a um concerto.
Aconteceu na exígua esplanada de um café ordinário e dado que choveu o tempo todo e eu estava encostada ao limite do toldo de lona esburacada que nos protegia da intempérie, acabei com as costas encharcadas e a com a T-Shirt pseudo punk-chic debotada.
Tamanho das almas à parte, claro que só poderia ter valido a pena.
O momento alto da noite deu-se quando os rapazes cantaram os Loucos de Lisboa e eu percebi que tinha a cara molhada e que não era por causa da chuva.
Cinco meses após a minha chegada instalou-se uma inquietação que, de acordo com o que me recordo dos tempos em que ainda tinha sentimentos, aproxima-se perigosamente do conceito de saudades.

Não devemos vacilar no combate à nostalgia.
Amanhã voo para Lisboa.
Uma Lisboa vazia de todos os meus loucos.

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