A cronicidade na itinerância deturpa-lhe a natureza, fazendo que com tenhamos de chamar-lhe outra coisa qualquer. Talvez exílio.
Maio, era o mês em que comprava um mapa do país com dimensão suficiente para que nele coubessem anotações em letra miudinha sobre distâncias e tempos e em que, depois de muitas horas de racionalização sofrida, seguidas por um copo de vinho tinto, escolhia a minha nova próxima terra, preparando-me para abraçar uma incógnita produzida por uma equação composta por iguais partes de razão, emoção e álea.
Este é o primeiro de muitos maios em que não comprarei um mapa com a finalidade de escolher uma nova terra.
Sei onde estou, sei onde fica a minha casa e tenho cada quilómetro de distância tatuado nos sentidos.
Este é também o maio em que estão esgotados todos os pretextos para não regressar a casa.
Indo, terminarei a viagem.
Ficando, trocarei a itinerância pelo exílio.
"Passa uma borboleta por diante de mim
ResponderEliminarE pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor."
Belíssimo. E verdadeiro, ainda por cima.
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