- Nunca percas o mar de vista. O sal tem propriedades miraculosas na moldagem das almas.
- Tem sempre um plano. Desvia-te dele todas as vezes que forem precisas mas, nesse caso, planeia desviar-te do plano.
- Aprende o valor do tempo. Ficarás protegido contra a mesquinhez.
- Alimenta o teu espírito. Aprende a amar a poesia que é a essência apreensível das coisas que importam.
- Fica sozinho sem fazer rigorosamente nada durante pelo menos dez minutos por dia.
- Não faças nada que envergonhe a tua mãe. Se fizeres, perdoa-te a ti próprio. O relativismo moral foi inventado para auto-aplicação.
- Identifica os teus amigos e ama-os incondicionalmente. A amizade deles absolve-os de qualquer pecado menor.
- Se sofres da doença do ceticismo sobre as qualidades da natureza humana, cria um blog. As pessoas bonitas encontram-se sempre.
- Canaliza as tuas obsessões para a aprendizagem de coisas práticas que sejas péssimo a fazer. Isso manterá ocupado o psicopata que há dentro de ti.
- Não insistas em ser feliz. Não é obrigatório e talvez nunca consigas. A maioria das pessoas não consegue.
Ideia roubada ao Pipoco Mais Salgado.
é curioso que tenha aproveitado o post. gostava que soubesse que o post foi inspirado pelo seu post ali em baixo. quando li "as estrelas mudaram de lugar" fiquei a pensar que vou passar um destes fins de semana a São Paulo e que as minhas estrelas vão mudar de sítio e pensei em quanto já me foi útil saber as estrelas. foi a primeira ideia do post, as outras vieram a seguir.
ResponderEliminarAssim sendo, é uma concretização daquela coisa de dar uma migalha e em troca receber um pão.
Eliminartsc, tsc, que Pirata mais invejosa! Moldagem é tão bom quanto modelagem? Eu preferia poder modelar a minha alma livremente, sem a conter num molde. O ... essa coisa dentro de mim está sempre ocupado senão já teria morrido de tédio, logo a falta de ocupação deixou de assolar o ... essa coisa.
ResponderEliminarAnónimo mauzão de mi vida:
EliminarMais do que a inveja (que também não me falta), é mesmo prazer em saquear.
Uma coisa um bocado...psi... Isso.
E uns conselhos para levar uma vida infeliz, não há?!
EliminarOh, isso é facílimo: ler apenas Pavese, Foster Wallace e Kafka
EliminarMas isso não seria democrático e muito pouco solidário para com os conselhos felizes com direito a autoria da própria. E os infelizes sofrem de discriminação porquê?
EliminarGuarda o mar dentro de ti, lê um poema por dia, tem um filho e não o envergonhes; não te esqueças de partilhar, é um bom caminho para não ser infeliz.
ResponderEliminarah, e põe o psicopata a fazer um puzzle, (daqueles impossíveis). :)
Um caminho muito direto, mesmo!
Eliminar:)
Ai Cuca, que bom foi isto.
ResponderEliminarTenho de desdobrar, dá licença:
- Não perder o mar de vista, pois não.
- Ter planos mas não para tudo.
- O tempo tem o maior dos valores, aprendê-lo, sim, e respeitá-lo.
- .... tenho problemas com a poesia... não a entendo a maioria das vezes, mas consigo não me culpar e continuo a tentar, quero conhecer esses mares profundos de que vocês falam (entendo Ricardo Reis e todos os Pessoa, de tanto insistir, mas o grande Herberto, por exemplo... ai...)
- Não fazer nada de que nos envergonhemos nós... as mães por vezes vivem noutras galáxias
- Amar os amigos e sim, incondicionalmente. Tal como os filhos.
- Criar um blog e encontrar pessoas bonitas, como tu. Sim, há-as por aí, sempre soube.
- Espero que não haja nenhum psicopata em mim. Pelo menos nunca o encontrei.
- Não insistir em nada que não seja entender a poesia, o resto vem por acréscimo, incluindo ser feliz de vez em quando.
Adorei Cuca (e adorei, Pipoco, mas o comentário quis vir para aqui).
Olha, Susana, para ti, o meu poema preferido:
EliminarOs Justos
Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.
Jorge Luis Borges, in "A Cifra"
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
Isto é um belo presente que me dás, Cuca.
EliminarVou imprimir para o trazer comigo nos dias. Se eu não o conseguir entender em pleno, talvez ele me entenda a mim.
Para já, entendo sobremaneira o último verso. Até já o adsorvi (que não é mesmo que absorvi, como saberás).
Não conhecia o poema e talvez não o tenha compreendido, mas fiz dele a leitura que me convinha, já que ando há demasiado tempo a tentar dizer que cada vez menos prezo as reverências, as idolatrias, os reconhecimentos públicos e pomposos da genialidade seja lá de quem for, enfim, cada vez mais prezo aqueles que o mundo inteiro e eu ignoramos, o homem e a mulher comuns que levam anónima uma vida completa, do início até ao fim, do nascimento até à morte, e ninguém soube, ninguém viu, ninguém ouviu falar.
Eliminar:DDDDD
ResponderEliminarEstamos todos a fazer listas!
Ah, isto de encontrar uma apreciadora de Wallace é quase tão delicioso como encontrar uma admiradora de Budd ou Biosphere.
Abraço, cara Cuca!
:)
EliminarTenho para mim que a Piada Infiniita é o melhor livro escrito (a tradução do título é miserável, eu sei)