E ao retomar o livro, abrindo uma página ao acaso, o leitor chega a tempo de ver o homem do monóculo regressar à mesma sala onde tudo começou. Envolto pela penumbra o homem do monóculo volta a sentar-se à secretária, onde, debaixo dos pergaminhos que deixou espalhados sob a luz do candeeiro, está um pequeno baú de madrepérolas encrustadas. Então, o leitor observa o homem do monóculo retirar de dentro do bolso da jaqueta a chave que trouxe desse apartamento de Moscavide. O homem recosta-se na cadeira, conservando a pequena chave dentro da sua mão enorme enquanto olha para baú, como se hesitasse abri-lo.
A figura da sua mãe, representada naquela tela que ocupa parte da parede da sala, parece agora maior. Dir-se-ia tão grande que, com a sua presença, enche toda a sala. E é nos olhos dessa mulher que o homem do monóculo lê a ordem póstuma que lhe sustenta a coragem necessária para enfiar a pequena chave na fechadura em forma de caveira e rodá-la de forma decidida.
Expectante, o leitor esgueira-se sobre a página na ânsia de descobrir o conteúdo do baú.
Mas aberto, o baú é apenas um espelho.
E ao iniciar a leitura da frase seguinte, o leitor depara-se com o terror no seu próprio rosto espelhado no interior do baú de madrepérolas incrustadas.
(Peço o IX ao Pipoco Mais Salgado)
Capítulo I - Palmier Encoberto
Capítulo II - Xilre
Capítulo III - MD Roque
Capítulo IV - G
Capítulo V - Outro Ente
Capítulos VI - Luísa
Capítulo VII - Mirone
Capítulo IX - Pipoco Mais Salgado
Capítudo X - Lourenço Brey
(Peço o IX ao Pipoco Mais Salgado)
Capítulo I - Palmier Encoberto
Capítulo II - Xilre
Capítulo III - MD Roque
Capítulo IV - G
Capítulo V - Outro Ente
Capítulos VI - Luísa
Capítulo VII - Mirone
Capítulo IX - Pipoco Mais Salgado
Capítudo X - Lourenço Brey
E agora? E agora? Qual é o mistério que o homem do monóculo carrega dentro da sua arca?! E o leitor? Será que sobrevive? :D
ResponderEliminarAgora esses misteriosos destinos estão nas mãos do Pipoco...
EliminarE a tatuagem da mãe, saberemos finalmente de onde provém essa caveira, a bordada no lenço, a da fechadura, a da face de terror do leitor? E será que este ainda se baterá como um homem?
ResponderEliminarEspero que sim, Xilre. A história da literatura prova que os leitores são muito resistentes.
EliminarUm pedido seu é uma ordem.
ResponderEliminarPara grandes empresas, há que ter sempre um cavalheiro por perto.
EliminarSerá que o coração do leitor aguenta? :)
ResponderEliminarO coração do leitor não sei, mas o meu está um espelho de terror e ansiedade...:)
ResponderEliminarCara Cuca, a Pirata,
ResponderEliminarO leitor que vê o seu rosto lê-o como reflexo ou como próprio?
Um tesouro de madrepérola é próprio de uma pirata.
Boa noite,
Outro Ente.
Agora que pergunta, lê-o como próprio. É mais terrível assim.
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