domingo, 26 de abril de 2015

Vou procurar um coelacanto

Enquanto a noite se arrasta lentamente, 
de pé, na minha varanda, 
reparo que há uma lua pintada 
na janela do quinto andar. 
E é Plena e é Perfeita. 
Tem as dimensões exatas que teria a lua 
se vista daqui. 
Mas é pintada. 
Não é a lua. 
É uma imagem que projeta a ideia da lua.





5 comentários:

  1. Porquê coelacanto e não celacanto?

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    1. Talvez por ir procurar o celacanto a Espanha...
      (A frase é de Herberto Helder. Penso que a escreveu assim mas também me posso ter enganado quando a roubei. De qualquer forma, adoro a palavra coelacanto)

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    2. Não sou fã de Herberto Hélder. A mim coelacanto faz-me lembrar a palavra cloaca, como posso gostar da poesia desse homem? suspiro*

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    3. Não me passando pela cabeça contrariar o único anónimo mauzão de que disponho, diria que talvez mudasse de ideias se lesse "os passos em volta". Prosa.

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  2. Minha pirata sem gancho, olha para mim aqui (não, claro que não fui ler o livro. Disparate!). Encontrei uma parte de uma tese de mestrado sobre o poeta Herberto Hélder e as voltas dos seus passos:

    - "nada mais somos do que o Poema onde as crianças/ se distanciam loucamente”. É como se nos tivesse sido dado um dia o privilégio da pureza das crianças mas, ao adquirirmos consciência, como conseqüência nos distanciaríamos e seríamos destituídos da pureza. A escrita é a perda
    da pureza, sendo que a criança se distancia loucamente do poema para conservar esse estado puro. Por meio das palavras, rompe-se com o silêncio, perde-se a pureza, sendo almejado por esse sujeito encontrar-se no limiar da infância, ter a arrogância dos loucos." daqui http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0CCUQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.revistas.usp.br%2Fdesassossego%2Farticle%2FviewFile%2F47393%2F51128&ei=iL9HVYWFMMLYU9CxgaAO&usg=AFQjCNHbPG-nXHbPrsCpMgwExq0koRs6sg

    - a questão da autoria é muito interessante e talvez seja a minha imaginação de criança teimosa, mas daí a pensar que o livro lê o leitor e o leitor se coloca em pose de autor, é um estranho caso que por aqui anda a passar de blogue em blogue.

    Maraclea, pirata, o mar está límpido.

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