sexta-feira, 17 de abril de 2015

Anti-matéria

Recolhi todas as palavras num cesto tecido de mil estrelas. Deixei a sala vazia. Os livros transformados em páginas nuas. As memórias reduzidas à mímica das emoções. 
Depois recolhi cada uma das notas musicais e ainda o som do vento. Até restar apenas o silêncio. 
Tenho um cesto carregado da mais pura e inútil prata.
Troco-o por um instante de pele.

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