terça-feira, 17 de julho de 2018

Fim de ano

O meu ano, esse que se mede do sol de setembro ao sol de julho, terminou.
Foi o primeiro desde o regresso do exílio.
A casa, por fim, perdoou-me os anos de penumbra e abandono. As coisas voltaram a fazer-se minhas.
Também Lisboa já esqueceu a afronta e lá pelo oitavo ou nono mês aligeirou-me a insónia.
Sei agora que não havia quaisquer razões para continuar a fugir.
Os telhados de Lisboa estão isentos de fantasmas.

4 comentários:

  1. Diria que não se trata de fugir, mas de um dantes, sim (sem aspas, propositadamente).

    Eu, por exemplo, que nasci na capital do reyno, e que sempre achei que dela fugi sei, hoje, que fui dela levada e que o meu ano escolar lá passado, anos depois, coincidiu com um número demasiado doloroso de acontecimentos para que pudesse desejar a pensar nela.

    Hoje, sei que me chama, mas sucede que a não quero, mesmo amando-a como sei que ela sempre foi (não eu :)

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  2. Há gente, como eu, toda a vida em fuga da Capital, gatos aturdidos com o crepitar de chamas.

    A Província é dona de uma encantadora serenidade.
    Só me falta o Mar logo ali.

    Mas hoje em dia até Paris é logo ali.

    Abraço, Capitã Pirata!

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