domingo, 25 de fevereiro de 2018

Diário de Bordo

Zarpámos, eu e esta intrépida tripulação Pirata, há vários meses atrás, na direção do triângulo das Bermudas. Por lá navegámos durante muitos dias à procura dos tesouros que os outros perderam quando cruzaram esse espaço maldito onde o nada reina e nenhum homem sobrevive. (Houve quem aventasse que procurávamos o amor, mas não nos pronunciamos sobre o sentido das metáforas).
Não nos perdemos em nihil. Não ouvimos cantos mágicos de sereias assassinas. Não fomos arrastados para as profundezas do mar pelos ávidos braços de Kraken. Não conhecemos, tão pouco, a fúria de um Eolo insultado pela nossa presença.
Atravessámos o triângulo das Bermudas - várias e vezes e em diferentes direções - e concluímos que não há lá nada.
Não o nada que promete o início de todas as coisas; não o nada que atemoriza pela eternidade do vazio. Nem sequer o nada que é o desolo das nuas paredes na alma. Apenas o nada, o velho nada que é dos pragmáticos e entedia até aos ossos. Nihil ao espelho.
Um vazio tão profundo e concreto como o das nossas barricas de rum.



7 comentários:

  1. Mesmo tendo bebido as barricas de rum, o vazio não ficou habitado?! Ou talvez o problema tenha sido exactamente a falta dele...
    ~CC~

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  2. Nada é um vazio tão cheio de imaginação...
    Navegar consigo é um prazer e um a honra, Capitã.
    Mesmo quando cá não estou.

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    1. A MD está sempre aqui.
      (Os seus comentários é que não. O do post anterior não aparece não sei porquê. Isto do triângulo das Bermudas enlouquece o blogger)

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    2. Afinal não enlouqueci com o vento e escrevi mesmo!!!
      Poderia ter sonhado ou ser resultado de indigestão alucinogena 😁😁😁

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  3. oh nã, isso nã... logo agora que me especializei a confeccionar os melhores mojitos do báltico!

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